Como a inteligência artificial está transformando o mercado imobiliário brasileiro
- Ronaldo Silva

- 19 de nov.
- 5 min de leitura
Atualizado: há 21 horas
Como a inteligência artificial está transformando o mercado imobiliário brasileiro: entenda as novas ferramentas de precificação, análise de risco, captação de leads e modelos preditivos de valorização.
Como a inteligência artificial está transformando o mercado imobiliário brasileiro
A inteligência artificial (IA) tem deixado de ser uma promessa distante para se tornar uma força real na transformação do mercado imobiliário e investimentos no Brasil. Enquanto muitos ainda enxergam tecnologia como algo “futurista”, corretores, incorporadoras e investidores já vivem o presente. No post de hoje, quero mostrar como essa revolução está acontecendo — e por que você, que busca investir com estratégia, precisa prestar atenção.
No Brasil, o uso da IA no setor imobiliário ainda está crescendo: apenas cerca de 19% das empresas imobiliárias já adotaram soluções de IA, segundo estudo da Brain Inteligência Estratégica em parceria com a Associação Brasileira das Incorporadoras Imobiliárias (ABRAINC). (InfoMoney) Esse percentual revela tanto um atraso quanto uma grande oportunidade para quem entende o potencial de tecnologia para gerar vantagem competitiva.
Por outro lado, dados mais recentes apontam que o mercado imobiliário brasileiro vem ganhando força: no primeiro semestre de 2025, o Valor Geral de Vendas (VGV) dos lançamentos subiu 50%, enquanto o VGV de vendas cresceu 43% sobre o mesmo período de 2024, segundo a ABRAINC. (CRECI-SC) Esse é o cenário ideal para quem une inovação e visão de longo prazo — especialmente em um contexto de transformação digital.
A revolução da precificação e análise de risco
Um dos campos em que a IA mais impacta hoje é na precificação de imóveis. Algoritmos avançados conseguem cruzar dados históricos de vendas, características do imóvel (tamanho, localização, acabamento), indicadores macroeconômicos e até variáveis geométricas para estimar o valor justo de mercado. Isso não só eleva a precisão das avaliações, mas também acelera processos que tradicionalmente exigiam perícias manuais demoradas.
Além disso, a IA permite uma análise muito mais robusta de risco. Modelos preditivos podem simular cenários de mercado — projetando, por exemplo, flutuações nos preços com base em riscos macro (como variações da taxa Selic) ou micro (como saturação de bairro) —, ajudando incorporadoras e investidores a tomarem decisões mais seguras. Segundo reportagens do portal VGV, o impacto da IA no mercado já é sentido nas operações estratégicas e na otimização de decisões. (Portal VGV)
Essas ferramentas reduzem assimetrias informacionais: ao invés de precificar com base apenas na intuição do corretor ou em comparáveis limitados, usa-se uma visão baseada em dados e probabilidade, o que pode resultar em ganhos na margem e em mitigação de riscos para investidores.
Captação de leads com IA: eficiência e personalização
Outro front onde a IA está deixando sua marca é na captação de leads. Ferramentas como chatbots inteligentes, integrados a CRMs, permitem qualificar automaticamente potenciais compradores 24 horas por dia. Esses bots conversam via WhatsApp, site ou outros canais, coletam dados sobre orçamento, preferência de localização, urgência e perfil do cliente, e classifica cada lead como “quente”, “morno” ou “frio”. (Tecnologia no Mercado Imobiliario)
Com isso, os corretores podem focar seus esforços nos leads com maior probabilidade de conversão, reduzindo o tempo perdido em contatos menos relevantes. Dashboards em tempo real ajudam a monitorar a origem dos leads, avaliar gargalos no funil de vendas e ajustar estratégias rapidamente. Além disso, a IA reengaja contatos antigos de forma automática, resgatando oportunidades que poderiam ter sido esquecidas.
Esse atendimento automatizado e personalizado também melhora a experiência do cliente no processo de tomada de decisão, criando conexão desde o primeiro contato — algo especialmente valioso em um momento em que a jornada de compra imobiliária é cada vez mais digital.
Modelos preditivos de valorização
Quem investe em imóveis sabe: antecipar valorização é uma das chaves do sucesso. A IA permite criar modelos preditivos que levam em conta dados geográficos, demográficos, de infraestrutura e de mercado para prever quais regiões têm maior potencial de crescimento.
Pesquisas acadêmicas recentes, por exemplo, usam embeddings geoespaciais (mapas divididos em malhas) combinados com redes neurais para recomendar bairros com base na localização e nas interações históricas de usuários em plataformas de locação. (arXiv) Esses modelos ajudam a identificar zonas emergentes antes que se valorizem por completo — entregando vantagem para investidores que querem antecipar tendências.
Além disso, incorporadoras já utilizam IA para planejar novos empreendimentos. Ao simular cenários de valorização futura, é possível decidir onde lançar projetos para maximizar retorno, considerando a demanda projetada, o crescimento populacional, investimentos em mobilidade ou infraestrutura. Isso torna o negócio mais estratégico e fundado em evidência, não em palpites.
Desafios, limites e oportunidades
Naturalmente, a adoção da IA no mercado imobiliário traz desafios. Muitos corretores ainda relatam dificuldade em operar ferramentas modernas: uma pesquisa publicada pela Revista do CRECISP indicou que 54% dos corretores têm dificuldades para usar aplicações baseadas em IA. (CRECISP) Isso revela a necessidade de treinamento, educação digital e uma cultura mais aberta à tecnologia.
Há também riscos regulatórios e éticos: lidar com dados pessoais exige atenção à privacidade e conformidade com a LGPD. A estruturação dos modelos preditivos precisa ser transparente para evitar decisões enviesadas — por exemplo, no risco de preço ou crédito.
Além disso, a implementação dessas soluções de IA requer investimento inicial — mas, para quem está disposto a dar o salto, as proptechs brasileiras já estão mostrando que é possível escalar com eficiência: de acordo com reportagem recente, muitas startups usam IA para automatizar processos imobiliários, reduzir custos e aumentar a rentabilidade. (jornow.com)
Por que este é o momento ideal para investir
Com os números de 2025 mostrando uma retomada vigorosa — VGV em alta, lançamentos crescendo — estamos em uma janela estratégica. A adoção de IA ainda não se massificou totalmente (com apenas 19% das empresas usando), o que significa que há espaço para inovadores e investidores que queiram se posicionar na frente.
Investir em projetos que usem IA para precificação, análise de risco, automação de leads e previsão de valorização pode aumentar o retorno e reduzir riscos. Construtoras como Plaenge ou Vanguard, que já têm credibilidade no mercado, podem se beneficiar enormemente de parcerias com investidores que valorizam a tecnologia.

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Siglas:
IA: Inteligência Artificial
VGV: Valor Geral de Vendas
Fontes:
Levantamento da Brain Inteligência Estratégica e ABRAINC sobre adoção de IA no mercado imobiliário brasileiro. (InfoMoney)
Dados da Associação Brasileira das Incorporadoras Imobiliárias (ABRAINC) sobre crescimento do VGV em 2025. (CRECI-SC)
Estudo sobre impactos da IA nas incorporadoras, segundo a tecnologia.imb. (tecnologia.imb.br)
Reportagem do Portal VGV sobre o impacto da IA na gestão imobiliária. (Portal VGV)
Estatísticas sobre uso de IA na captação de leads imobiliários. (Tecnologia no Mercado Imobiliario)
Relato sobre boom imobiliário impulsionado por automação e IA no Brasil. (jornow.com)
Relatório acadêmico de uso de embeddings geoespaciais no mercado imobiliário. (arXiv)
Pesquisa da Revista CRECISP sobre corretores e IA. (CRECISP)



